eu só consegui ver sua mensagem porque fui no seu perfil e cliquei lá pra enviar algo pra você. que bom que você avisou por aqui
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eu só consegui ver sua mensagem porque fui no seu perfil e cliquei lá pra enviar algo pra você. que bom que você avisou por aqui
fiquei querendo ouvir mais sobre as pedagogias ativas de que você fala. não sobre elas, exatamente, mas o que você conhece delas e como as vê. :)
tem a abordagem pikler que me encanta bastante, e eu acho que é a mais próxima do que eu vejo como potente pras crianças. mas para estar com as crianças é preciso ir muito além de pedagogias, metodologias e abordagens. e aí a parte mais desafiadora, principalmente na escola ou em qualquer ambiente com muitas crianças. estar atento às necessidades das crianças a cada momento é trabalho bem intenso e só dá conta quem está aberto pra estar consigo, sentindo suas próprias emoções e percebendo suas necessidades. essa é a minha aposta pra uma educação realmente livre.
escrevi isto em 2018 e ia adorar conversar mais sobre o assunto: Como as pessoas aprendem (a obedecer) Muitos pais conduzem o aprendizado dos filhos desde bebês considerando-os como um papel em branco a ser preenchido. Ao invés de permitirem que entrem, por si, em contato com as coisas, impõem sua forma de se relacionar com objetos, situações e pessoas. Este tipo de aprendizado é pautado no pretenso controle de quem ensina e na passividade de quem é ensinado. Imagine um adulto que pega as mãos de um bebê e as coloca forçosamente sobre um piano para que escute o som que sai quando pressiona as teclas. Quando isso acontece a criança perde a oportunidade de observar, sentir e tocar aquele objeto a partir da sua própria experiência, entendendo sobre textura, sobre o próprio movimento, sobre temperatura, entre outras possibilidades. É claro que isso não impede o aprendizado, mas o limita ao que os adultos que o estão ali conduzindo já conhecem - limita-o à forma como aquele adulto vê e sente o mundo. No momento em que essa interferência é feita, a criança perde a oportunidade de criar sua própria maneira de se relacionar com aquele objeto sensorial, emocional, psicológica e cognitivamente. Ela passa a criar a sua maneira de se relacionar com o aspecto do objeto que o adulto lhe está mostrando, ao invés de se relacionar diretamente com o objeto. Ao menos quatro lições normalmente são aprendidas intuitivamente a partir desse modo de aprendizagem: é necessário obedecer sem que se entenda muito bem o motivo; a melhor forma de aprender é fazer exatamente igual a um adulto ou ao que o adulto lhe diz (ainda que suas ações o contradigam); existe uma única maneira de interagir com os objetos, situações e pessoas; e, finalmente, as outras pessoas (muitas vezes as mais experientes) são as únicas capazes de conduzir o seu aprendizado.
ah, a abordagem pikler é mais para o desenvolvimento motor e a autonomia pra perceber o próprio corpo, os próprios limites. eu gosto bastante desse olhar. :)
escrevi isto 7 anos atrás e deu vontade de compartilhar aqui: -- quando eu vi tanta gente tentando enganar o outro eu me lembrei de tantas vezes não falar o que penso por medo de não ser aceita - me vi enganando. quando eu vi tanta gente confusa, repetindo jargões por todos os lados sem pensar direito, sem sentir, sem olhar, eu me lembrei das tantas vezes que não vi o que estava à minha frente, cega pelas minhas certezas. quando eu vi ódio eu me lembrei de toda raiva que senti, não me permiti acessar e não acolhi. quando eu vi manipulação lembrei de tantas vezes desejar agradar o outro em uma conversa. tantas vezes querer mudar a emoção dele, sem respeitar a que estava se manifestando no momento. quando eu vi crença na superioridade moral eu me lembrei do quanto eu acreditei que a vida era uma escada rumo à evolução. me lembrei das vezes que competi secretamente desejando ser a mais boazinha e a que salva a todos. quando eu vi medo eu me lembrei de momentos em que me faltou coragem para me ver de verdade. ver toda raiva que senti e guardei. ver a inveja, a vaidade, o orgulho que se instalaram diversas vezes dentro de mim. quando vi pena, me lembrei das vezes que quis salvar o outro porque me achava superior, não confiava em suas potencialidades. quando vi o outro, me vi. e quando me vi nele me lembrei que não estou sozinha aqui. aquele que parece tão diferente me mostra exatamente o que existe em mim. e eu quero dizer isso de todas as formas que conseguir.